

Casa Maria Cândida, Terreiro de Pai Juá
OXALÁ
Oxalá é o maior Orixá da Umbanda, estando abaixo apenas de Olorum, Deus Supremo. Foi criado a partir do ar, que havia no início dos tempos, e das primeiras águas, pelo mesmo Deus Supremo, Olorum. Representado por uma estrela de cinco pontas, é sincretizado como Jesus Cristo e representa a paz e a fé. Na umbanda, sua tarefa foi a de criação do ser humano. Ele envia vibrações que estimulam a fé individual, assim como irradiações que geram sentimentos de religiosidade. É aquele que determina o fim da vida de cada ser humano, é o momento de partir em paz. Representa o amor, bondade, pureza espiritual, e tudo aquilo que indica positividade.
Dia Festivo: 25 de dezembro
Dia da semana: sexta-feira
Saudação: Êpa Êpa Babá! Exee Babá!! Oxalá Yê Meu Pai!
Sincretismo religioso: Jesus Cristo e Nosso Senhor do Bonfim (na Bahia, onde é padroeiro)
Cores: branco e cristalino
Ervas principais: girassol, palmas, lírios, jasmim do cabo, tapete de Oxalá (boldo), alecrim, eucalipto, sálvia, entre outras.
Oferendas: frutas, coco verde, mel, canjica, água mineral ou vinho branco.
Ponto de força: todos os locais abertos, limpos e puros como praias, jardins, morros, matas.
OXUM
É a força dos rios, que correm sempre adiante, levando e distribuindo pelo mundo sua água que mata a sede. É a Mãe
da água doce, Rainha das cachoeiras, Deusa da candura e
da meiguice.
Orixá da prosperidade e da riqueza interior, ela é a manifestação do Amor, o amor puro, real, maduro, solidificado, sensível e incondicional. Oxum é o amor, é a capacidade de sentir amor. Oxum está em tudo, pois, se amamos algo ou alguém é porque ela está dentro de nós.
Data festiva: 12 de outubro e 08 de dezembro
Dia da Semana: Segunda Feira.
Saudação: Eri ieiê ô, Ore yèyé o, Oraie iê Oxum, Ai iê ieu Mamãe Oxum (Salve Senhora da Bondade e da Benevolência)
Sincretismo religioso: Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora da Conceição.
Cores: amarelo, dourado ou cor de rosa
Ervas principais: Erva-cidreira, Melissa, Erva-de-Santa-Maria, Ipê-Amarelo, Mãe-Boa (erva sagrada de Oxum), Calêndula, Rosas Amarelas, Malva, Chuva de Ouro, Trevo Três Corações.
Oferendas: frutas doces em geral, banana prata e ouro, laranja-lima, cereja, maçã, pêra, melancia, goiaba, framboesa, figo, pêssego, uva; bebidas doces, ressaltando-se o mel, água de cachoeira, água de coco, champanhe de maçã, licor de cereja, suco de suas ervas e de suas frutas; flores de tonalidade amarela, lírios de toda espécie, margaridas, flor-de-maio, amor-perfeito, madressilva, narciso, rosa branca, amarela ou bicolor.
Ponto de força: cachoeiras, rios ou nascentes
OGUM
Ogum é o Orixá da Guerra, o guerreiro, general destemido e estratégico, é aquele que veio para ser o vencedor das grandes batalhas, o desbravador que busca a evolução.
Ogum é o que vem primeiro, o que está sempre à frente, um líder nato. Ele conhece e domina todos os caminhos, por isso nunca se perde e está sempre ajudando quando corretamente evocado. Diante disso, cultuar Ogum é vital para quem quer conseguir vencer suas batalhas com força, coragem e determinação.
Ogum é aquele que sempre está de "ronda" para proteger os injustiçados, é a Lei e a Ordem.
Data festiva: 23 de abril
Dia da Semana: Terça Feira.
Saudação: Ogunhê, Meu Pai, Patacori Ogum
Sincretismo religioso: São Jorge
Cores: Vermelho e Azul escuro
Ervas principais: Peregum, Mariô, Lança de Ogum, Espada de Ogum, Canela de Macaco, Parietária
Oferenda:
Ponto de força: estradas e caminhos, estradas de ferro, o meio da encruzilhada
Yansã
Orixá guerreira, que junto com Ogum é aplicadora da Lei. Senhora do Tempo, o tempo climático; os raios, as chuvas, as ventanias, os ciclones e os tufões são as forças naturais de Yansã, aquela que direciona e movimenta.
Senhora dos Cemitérios, Mãe dos Eguns, que direciona e encaminha à Obaluayê os eguns, espíritos que estão perdidos no tempo, no passado, espíritos negativos que por vingança, até de vidas passadas, atormentam o Ser.
Ela não tem medo da morte, ela é ar, é respiração, sem respiração não há vida. O próprio nome Yansã deriva de seu relacionamento com a morte: iya-mesan-orun, que significa Mãe dos nove orum (Orum – o céu, o mundo, a terra, o tempo de vida).
Yansã é representada como uma mulher batalhadora, corajosa, teimosa, ciente de sua autoridade, guerreira, poderosa e fiel. É paixão, que é o sentimento mais forte que a razão, aquela que cria o desejo de possuir. É o Orixá que faz nossos corações baterem com mais força e cria em nossas mentes os sentimentos mais profundos, abusados, ousados e desesperados.
Yansã é o vendaval que derruba e a ventania que faz tudo balançar, Yansã é Lei atuando no sentido de direcionar os seres que se desequilibram.
Data festiva: 4 de dezembro
Dia da Semana: Quarta feira
Saudação: Eparrê Iansã!
Sincretismo religioso:Santa Bárbara
Cores: alaranjado e dourado
Ervas principais: Erva santa, umbaúba, folhas de bambu, folha de fogo, capeba, perientária, bredo sem espinho, malmequer branco, dormideira, espada de santa bárbara, flores amarelas ou coral, dracena, papoula, gerânio, erva de passarinho, erva tostão, guiné, jaborandi, louro, malva rosa, nega mina, peregum, pinhão roxo;
Ponto de força:
OBALUAÊ
É o Orixá da cura, da sabedoria, da transmutação e da evolução. Este Orixá tem muita força e se desdobra em duas vibrações o Obaluayê (velho), que representa o sábio, o feiticeiro, guardião, que tem como elemento a terra úmida e sua vibração está em tudo que está acima da terra do cemitério e o Obaluayê (novo) chamado de Omulu que representa o guerreiro, o caçador, o lutador e tem como elemento a terra seca, sendo seu habitat tudo que está abaixo da terra do cemitério.
Apesar de falarmos em cemitério isso não quer dizer que esse Orixá seja a morte, Ele "simplesmente" é o Orixá da terra e também é chamado de "Rei da Terra".
A Terra é elemento vital para a vida humana pois é de onde se tira a subsistência, é através dela também que se transforma tudo de ruim em elemento fértil, portanto a qualidade TRANSMUTADORA e a essência EVOLUCIONISTA são atributos de Obaluayê, além de ser o Orixá da cura, sendo a ele creditado o nome de "Médico dos Pobres".
Obaluayê é o Orixá que atua na Evolução e seu campo preferencial é aquele que sinaliza as passagens de um nível vibratório ou estágio da evolução para outro.
É a Ele que clamamos quando nos sentimos estagnados ou em sofrimento (na dor física, mental, emocional ou espiritual). É a Ele que pedimos ajuda para evoluirmos em espírito ou para sairmos de um nível de entendimento para a sabedoria espiritual. Muitos associam o divino Obaluayê apenas com o Orixá curador, o que ele realmente é, pois cura mesmo! Mas Obaluayê é muito mais do que já o descreveram.
Ele é o "Senhor das Passagens", de um plano para outro, de uma dimensão para outra, e mesmo do espírito para a carne e vice-versa. Portanto, Obaluayê (Omulu) não é o Orixá da doença e nem é a peste, pois é Ele quem nos cura dos males, é Ele quem nos ajuda na Evolução, na Transformação e nas Passagens, sendo assim, devemos respeitá-lo, amá-lo e venerá-lo como realmente deve ser.
Data festiva: 17 de Dezembro e 16 de Agosto
Saudação: Atotô Obaluaê
Sincretismo religioso: São Lázaro e São Roque
Cores: preto e branco para Obaluayê; preto, vermelho e branco para Omulu
Ervas principais: Folha de Omulu (canela de cachorro), Pariparoba, Mamona, Cambará, Cravos e Crisântemos brancos ou lilás
Oferendas: pipoca feita na areia com fatias de coco regada com mel; água mineral ou vinho tinto; flores e velas brancas.
Ponto de força: cemitério "calunga pequena", mar "calunga grande" e caverna.
Yemanjá
A majestade dos mares, Senhora da calunga grande (mar), é a deusa do mar. A ela também pertencem a fecundidade e a proteção aos pescadores e jangadeiros. A regência de Iemanjá em nossas vidas se manifesta naquela necessidade que temos de saber se aqueles que amamos estão bem,é a dor pela preocupação, é o amor ao próximo, principalmente em se tratando de um filho, filha, pai, mãe. É a preocupação e o desejo de ver aquele que amamos a salvo, sem problemas, é a manutenção da harmonia do lar. Ela é a geradora do sentimento de amor ao seu ente querido, que vai dar sentido e personalidade ao grupo formado por pai, mãe e filhos tornando-os coesos.
Rege as uniões familiares. Num Terreiro, Iemanjá atua dando sentido ao grupo, à comunidade ali reunida e transformando essa convivência num ato familiar; criando raízes e dependência; proporcionando sentimento de irmão para irmão em pessoas que há bem pouco tempo não se conheciam; proporcionando também o sentimento de pai para filho ou de mãe para filho e vice-versa, nos casos de relacionamento dos Babalorixás (Pais no Santo) ou Ialorixás (Mães no Santo) com seus filhos.
YEMANJÁ É GERADORA, É VIDA, pois é ela que nos traz oportunidades de crescimento em todos os sentidos da Vida. Os devotos fazem oferendas à Rainha do Mar, um dos títulos pelos quais Iemanjá é saudada.
Data festiva: 15 de agosto, 2 de fevereiro ou 8 de dezembro dependendo do Estado.
Dia da Semana: Sábado.
Saudação: Odô-fe-iaba! Odôiá, Yemanja.
Sincretismo religioso: Nossa Senhora dos Navegantes
Cores: branco cristalino ou azul claro
Ervas principais: Jasmim, Araticum-da-praia, Folha-da-costa, Graviola, Capeba, Mãe-boa, Musgo marinho encontrado nas pedras marinhas, Alcaparra, Colônia, Pata de Vaca, Embaúba, Abebê, Jarrinha, Golfo, Rama de Leite, Rosa branca, Malva branca, Flor de laranjeira entre outras.
Oferendas: Canjica branca, peixe, arroz-doce com mel, acaçá, pudim, manjar com calda de ameixa ou de pêssego, mamão, graviola, uvas brancas, melancia, melão, água de coco, mel, água salgada ou potável, champanhe clara e suco de suas próprias ervas e frutos, rosas e palmas brancas, angélicas, orquídeas, crisântemos brancos.
Ponto de força: Mar
XANGÔ
Xangô é a Divindade que rege o fogo, o trovão, os raios. Pode, através da sua justiça, dispensar favores, movendo favoravelmente ventos, raios, trovões para nos defender e para ganharmos causas.
A sua Lei é como a rocha: dura, justa, cega. XANGÔ é o fogo latente na pedra, e ao mesmo tempo, a própria pedra em que se buscam os seus atributos que são: rigidez, implacabilidade e estabilidade.
Isto equivale dizer que: não cede nem à flexão e nem à pressão, julga de forma severa mas sem precipitação e finalmente estabelece a ordem tranquilizadora. Portanto esta vibração nos adverte que sua presença – a JUSTIÇA - é necessária para que haja a verdadeira estabilidade e fortalecimento na alma, individual e universal.
Dono das leis e das escritas, padroeiro dos intelectuais, Xangô é o Orixá da sabedoria, que gera o poder da política, é a ele que recorremos para resolver problemas com papéis, documentos e estudos.
Então quando nos sentirmos injustiçados, devemos pedir que Xangô nos esclareça e se estivermos certos, que ele esclareça a outra parte, e se esta não ouvir, então não precisamos nem pedir pois a lei de ação e reação é automática e a justiça de Xangô se cumprirá em nossas vidas.
Xangô é o Senhor das Almas, cujo atributo é a sabedoria a fim de exercer a Justiça Divina, aferindo em sua balança todas as almas. Através da manipulação do elemento fogo, Xangô, mais do que fazer cumprir a lei cármica para todos os seres viventes, ilumina o caminho a ser seguido, bem como ajuda a libertar dos grilhões milenares dos enganos que escravizam a consciência.
Dara Festiva:
Dia da Semana:
Saudação: Kawó Kabiyécilé ou Caô Cabiecilê que significa "Venham ver o Rei Descer Sobre a Terra!"
Cores: marrom
Ervas principais: Folhas de alecrim do campo, folhas de limão, folhas de mangueira, folhas da goiabeira, folhas de uva, folhas de beterraba, babosa, guiné, levante, lírio, violeta, folhas da ameixeira.
Ponto de força: alto de uma pedreira ou cachoeira.
Nanã Buruquê
Nanã Buruquê é representada como a grande avó, de energia amorosa e feminina é a Ela que clamamos quando precisamos nos auto-perdoar e nos libertar do passado.
Ela representa o colo que aconchega, acolhendo amorosamente nossas dores para nos ajudar a transformá-las com sabedoria.
A Orixá Nanã Buruquê rege a maturidade, portanto está sempre associada à maternidade (a vida).
Nanã está na Linha da Evolução, um raio essencial para o crescimento dos seres.
É o pólo magnético negativo, feminino e absorvente e no pólo magnético positivo e masculino está o Orixá Natural Obaluaiyê.
Ela cuida da passagem no estágio evolutivo do ser, adormecendo os espíritos e decantando as suas lembranças com o passado, deixando-os prontos para reencarnarem.
Obaluaiyê, então, é quem estabelece o cordão energético que une o espírito ao corpo (feto) que será recebido no útero materno assim que alcançar o desenvolvimento celular básico (órgãos físicos).
Portanto, o campo preferencial de atuação de Nanã é o racional, pois decanta o emocional dos seres, preparando-os para uma nova "vida". É Ela quem faz esquecer, é Ela quem deixa morrer para renascer.
Nanã é considerada a mais velha dos Orixás das águas, age com rigor em suas decisões, oferece segurança, mas não aceita traição. É uma figura muito controversa no panteão africano: ora perigosa e vingativa, ora desprovida dos seus maiores poderes, relegada a um segundo plano amargo e sofrido.
Data festiva: 26 de julho
Saudação: Saluba Nanã
Sincretismo religioso: Nossa Senhora Sant'Ana
Cores: Violeta ou lilás (sabedoria)
Ervas principais: assa-peixe, agapanto-lilás, alfavaca, avenca, cedrinho, erva-cidreira, macaçá, manacá, quaresmeira, manjericão da folha roxa, folha de limão, lágrimas de Nossa Senhora (folhas), mastruço, pariparoba, erva-de-santa-luzia, quina roxa, abóbora, vitória-régia, açucena, suma roxa, folha da fortuna, viuvinha (trapoeraba roxa), samambaia, melão de São Caetano, crisântemo branco ou roxo, rosa e palma branca
Oferendas: Velas brancas, roxas e rosas; flores brancas e lilases, champagne rosé, calda de ameixa ou de figo; melancia, uva, figo, ameixa e melão, mingau de sagu, milho branco e arroz, tudo depositado à beira de um lago ou mangue, com muito respeito e amor.
Ponto de força: Pântanos e lama
Oxossi
Deus da caça, é ligado às matas. Alegre, jovial, expansivo e irrequieto, tem enorme popularidade na Bahia.
Oxossi é o Orixá que revela a importância da caça entre os povos africanos, com reflexos no culto religioso, lembrando que antigamente na África os caçadores eram os responsáveis pelo sustento e manutenção das aldeias.
Sendo um caçador, é o Orixá que garante a fartura, o sustento, a alimentação e a prosperidade ao ser humano. Em seu lado negativo, porém, pode ser também o pai da míngua e da falta de provisão. Muitas vezes é chamado de Odé Wawá, ou seja, "Caçador dos Céus".
Oxossi é caçador por excelência, mas sua busca visa o conhecimento, logo, é o cientista e o doutrinador, que traz o alimento da fé e o saber aos espíritos fragilizados tanto nos aspectos da fé quanto do saber religioso.
Oxossi é a busca, é a procura, é a curiosidade, é o movimento contínuo na evolução dos seres, na apresentação de novos conhecimentos e de novos horizontes. Simbolicamente representamos Oxossi com sete setas que são as sete buscas contínuas do ser. Oxossi expande, irradia e impele os seres.
Data festiva: 20 de janeiro
Saudação: Okê Arô! Que significa "Salve o Grande Caçador!"
Símbolo: Arco e flecha
Sincretismo religioso: São Sebastião
Cores: verde
Ervas principais: Alecrim, Guiné, Vence Demanda, Abre Caminho, Peregum, Taioba, Espinheira Santa, Jurema, Mangueira, Desata Nó, Alfavaca, Caiçara, Eucalipto.
Oferendas: Milho cozido, frutas, milho com fatias de coco, vinho tinto, água de coco, caldo de cana, flores do campo
Ponto de força: Matas








