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Casa Maria Cândida, Terreiro de Pai Juá
O Início de uma Grande Jornada...
Umbanda é uma religião formada dentro da cultura religiosa brasileira que sincretizou e absorveu conceitos, posturas e preceitos cristãos, indígenas e africanos e incorporou conhecimentos religiosos universais pertencentes a muitas outras religiões formando assim a base de sua teologia.
A Umbanda surge da necessidade de uma nova realidade cultural miscigenada, do encontro destas culturas do índio brasileiro, do negro africano e do branco europeu somando uma riqueza espiritual muito grande de um novo povo, que não se enquadra mais nos moldes clássicos de religiosidade, um povo que não aceita fronteira espiritual, que não aceita tabus ou dogmas, um povo que além de tudo isso vive na era da informação. As práticas da Umbanda são milenares como a defumação, magia natural e cerimonial, manifestação mediúnica, adoração às divindades e principalmente o culto a natureza onde o divino se manifesta em sua forma mais pura, estas práticas são tão antigas quanto as lendas da Lemuria e Atlântida, atraindo para a Umbanda espíritos muito antigos, ancestrais já fora do circulo reencarnacionista, que adaptam à simplicidade da Umbanda seu conhecimento já esquecido pela humanidade, verdadeiras egrégoras de remanescentes de outras religiões extintas na matéria formam linhas de trabalho dentro da Umbanda. Parece difícil conceber ou organizar tudo isso, mas “a Umbanda traz em si energia divina viva e atuante à qual nos sintonizamos a partir de nossas vibrações mentais, racionais e emocionais, energias estas que se amoldam segundo nosso entendimento do mundo.
Não temos sete pecados capitais (gula, avareza, inveja, ira, luxuria, orgulho e preguiça) porque não acreditamos em pecado, mas cremos em vicios e virtudes, nos sete sentidos da vida (Fé, Amor, Conhecimento, Justiça, Lei, Evolução e Geração) dentro de nosso livre arbítrio, onde o que se volta para o ego torna-se vicio. “Não temos dogma nem tabu, pois na Umbanda ninguém é obrigado a aceitar nada, mas o conhecimento vai sendo absorvido naturalmente e da mesma forma a própria religião evolui e se adapta.”
O grande ícone fundador e intermediador da religião de Umbanda foi Zélio Fernandino de Moraes, que no dia 15 de novembro de 1908, por sugestão de um amigo de seu pai, após inumeros episódios de mediunidade sem explicação, foi levado a Federação Espírita de Niterói. Chegando na Federação e convidados por José de Souza, dirigente daquela Instituição, sentaram-se à mesa. Logo em seguida, contrariando as normas do culto realizado, Zélio levantou-se e disse que ali faltava uma flor. Foi até o jardim apanhou uma rosa branca e colocou-a no centro da mesa onde realizava-se o trabalho. Durante a mesma reunião o jovem incorporou o caboclo das Sete Enruzilhadas e foi recriminado pelo dirigente da mesa devido ao “atraso espiritual” desta alma. Zélio protestou e anunciou que, no dia seguinte, seria iniciada uma nova religião, “em que esses pretos e esses índios poderão dar a sua mensagem, e assim cumprir sua missão”. Assim, na noite de 16 de novembro, uma multidão aglomerava-se na Rua Floriano Peixoto, no bairro de Neves, em São Gonçalo. Todos aguardavam Zélio que, em breve, fundaria a Tenda de Umbanda Nossa Senhora da Piedade. A espera não foi em vão: nascia ali uma nova religião.
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